domingo, 31 de outubro de 2010

O ESPINHO NA CARNE E A RESPOSTA DE DEUS


E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar. Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim.

Neste texto de II Coríntios 12.7,8 vemos a narração feita pelo apóstolo Paulo que nos diz sobre o espinho na carne que recebera após as revelações. A palavra skolops que é utilizada para espinho aparece somente neste texto e mais em nenhum outro no Novo Testamento, era usada para qualquer objeto pontiagudo, isto é, estaca, anzol, lasca de madeira ou metal e espinho. Neste contexto podemos entender que seja um espinho.
O apóstolo segue descrevendo o espinho na carne como mensageiro de satanás. Como fica então está questão “mensageiro de sátanas”. Neste texto satanás recebeu a permissão para perturbar Paulo. Certamente podemos entender pela Palavra de Deus que satanás não tem poder a não ser o que Deus lhe permite utilizar. Porém todas as ações de satanás acabam sendo utilizadas para o propósito divino, seja ela qual situação for, no caso do apóstolo Paulo foi o espinho na carne.

O que era este espinho?

Não se pode saber ao certo qual seria este espinho na carne. Porém algumas sugestões são apresentadas:
1ª. Alguma forma de perturbação espiritual, opressão demoniaca. 2ª. Perseguições – adversários judeus, ou pelos adversários cristãos que se opunham a Paulo. 3ª. Enfermidade fisica ou mental- problemas nos olhos, febre continúa, gagueira, epilepsia ou perturbação neurológica.
A mais aceitável e provável é que o espinho na carne seja um problema nos olhos baseado no texto de Gálatas 4.15. Sendo assim o que podemos aprender com isso? O que mais nos interessa neste contexto é a resposta de Deus ao Apóstolo Paulo “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza”.
Em quantos momentos de nossa vida achamos por conta própria que não há mais saida ou solução para o problema enfrentado. O apóstolo Paulo enfrentava algo muito mais complexo e dificíl que muitos problemas modernos que enfrentamos, mas Deus não retirou o espinho de Paulo, pois a graça de Deus o ajudaria a conviver com o espinho.
E nós nos contentariamos com esta resposta? Certamente não! Devido ao fato de estarmos vivendo em mundo pós-moderno onde tudo é relativo e que tudo gira em torno de uma palavra “imediatismo”- é pra agora, pra hoje se não, não quero mais. É assim que muitos “crentes” da era atual tem se portado diante de Deus, acham que podem manipulá-lo, mas Deus não age mediante pressão do ser humano, - “Se Deus não resolver meu problema, não curar minha doença, não restaurar minha familia, não transformar minha situação financeira, isto é, não tirar o meu “espinho na carne” não vou mais a igreja”. Isto acontece com muitos, mas se não enfrentarmos as dificuldades que a vida nos proporciona nunca seremos fortes o suficiente. Já o apóstolo Paulo aprendeu a lição depois da resposta de Deus, ele diz no versículo 10: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando sou fraco é que sou forte”.
A graça de Deus basta para cada um de nós, que possamos deixar que todas as situações gerem em nós o caráter de Cristo, pois em todas elas o poder de Deus se aperfeiçoará na nossa fraqueza.

Fique na paz de Jesus

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Bibliografia

KRUSE, Colin. 2º Coríntios, introdução e comentário. Vida Nova: São Paulo.

Bíblia de estudo N.V.I

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A IGREJA E O REINO DE DEUS


É notável em nossos dias o aparecimento de várias igrejas em todos os lugares por onde passamos, todas estas com nomes dos mais variados. A maioria surge a partir de uma suposta “visão enviada por Deus” aos líderes com o propósito não muito definido. Dizer que foi Deus quem disse é fácil, porém se realmente foi fica ao julgamento da consciência de cada um deles. Mas o que chama a minha atenção é que estes fogem a um propósito vital da igreja, isto é, o reino de Deus, algo que deveria ser prioritário, mas que se torna secundário. Devido a isso gostaria de relevar esta questão de forma resumida: O que é o reino de Deus? Para entendermos melhor o que significa reino de Deus vejamos a definição de George E. Ladd:

“O reino é primeiramente o governo dinâmico ou o domínio real de Deus e, derivando dessa idéia, a esfera na qual o domínio é experimentado. Na linguagem bíblica, o reino não é identificado com os seus súditos. Eles são o povo do domínio de Deus que adentram o reino, nele vivem, e por ele são governados. A igreja é a comunidade do reino, mas nunca o reino em si. Os discípulos de Jesus pertencem ao reino assim como o reino pertencem a eles; todavia, eles não são o reino. O reino é o domínio de Deus; a igreja é uma sociedade de homens.” ( pg. 111).

Sendo assim podemos entender que a igreja não é o reino de Deus, mas a proclamadora do reino de Deus. Esta deve ser a única e objetiva visão da igreja, o reino. Podemos entender o reino de Deus como a soberania de Deus sendo uma realidade presente quanto futura, por isso há uma relação próxima entre o reino e a igreja, quanto mais a igreja proclama o reino mais pessoas virão para a igreja e assim entregarão suas vidas ao domínio de Deus, e isso acontece devido a ação regeneradora do Espírito Santo no coração do pecador. Como nos ensina o apóstolo Paulo em Colossenses 1.13. “Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado”. Isto acontece a todo aquele que se deixa dominar pelo reino de Deus.
Desta forma a igreja tem a missão de proclamar o reino, ela não pode se calar e deixar que os padrões do mundo se estabeleçam e se alarguem dentro de si. É de vital necessidade pregar a mensagem de arrependimento (Mateus 4.17), de transformação real e permanente e não mensagens que estimulam a mudança financeira e o bem estar, algo totalmente pragmático e egoísta, que não expõe o pecado. Pregasse sobre prosperidade, sobre conquistas, sobre como alcançar um futuro brilhante, como ser bem sucedido. Porém o próprio Cristo nos ensina: "Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam". (Mateus 6.19-20). E ainda mais “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”. Isto realmente é incoerente para muitos, pois nos dias em que vivemos estão trocando o que é eterno pelo que é temporal, trocam o real pela ilusão. Porém o que deve ser pregado é a transformação de caráter, vida de intimidade com Deus, devoção pessoal, santificação.
Não é mais momento de obscurecer a verdadeira mensagem, é hora de expô-la a luz, para que em nossos dias o reino das trevas não prevaleça, pois a cada dia, a cada momento o reino das trevas tem mostrado suas garras com toda a força enquanto que a igreja de Cristo tem se preocupado com sua própria existência e sua estrutura interna.
A igreja tem de proclamar o reino e lutar pelos princípios bíblicos, não temendo o que possa acontecer, pois a Palavra de Deus nos diz que as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja de Cristo (Mateus 16.18). Resgatemos os valores do reino de Deus e não o reino material. Não podemos nos preocupar em agradar os ouvintes com pregações fantasmagóricas, onde se leva o público a crer em coisas que jamais acontecerão em sua vidas. É nosso dever como cristãos verdadeiros hastear a verdadeira bandeira do evangelho do reino, pois este sim transforma e restaura a vida do perdido e leva-o a viver sob o domínio do reino de Deus. (Mateus 6.21-34).
Toda a igreja que foge a proclamação do reino torna a sua existência ineficaz, e passa a subsistir em si mesma. Que possamos realmente buscar viver o reino de Deus e proclamá-lo. Certamente não encontraremos uma igreja perfeita, mas é possível encontrar uma igreja que tem compromisso com o reino de Deus de forma verdadeira e não superficial.
Que os líderes eclesiásticos possam realmente resgatar este objetivo para o qual a igreja existe, em dias onde a mensagem é totalmente pragmática, egoísta e motivacional. Não é fácil vivermos a proclamar o reino de Deus num mundo onde a preocupação e prioridades são outras, porém somos os embaixadores deste reino e devemos assumir tal responsabilidade. Deus é conosco!!!

FiQuE Na PaZ De JeSuS
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Bibliografia

GRUDEN, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999.
Bíblia N.V.I de estudo
LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2003.

sábado, 2 de outubro de 2010

Intimidade com Deus


Nos dias em que estamos vivendo há uma busca incessante por um evangelho que não é o evangelho de Jesus. Muitos querem bênçãos de ordem material, mas poucos querem viver uma vida de intimidade com Deus.
Quando pensamos em viver uma vida de intimidade requer uma mudança de pensamento, onde nossa vontade carnal deixa de ser prioridade. A definição da palavra intimidade no dicionário Aurélio significa caráter do que é intimo; secreto; amizade intima. Quando pensamos nesta definição é notável que no relacionamento de intimidade com Deus, não esta ligada a questões exteriores. Ser intimo de Deus não tem nada a ver com demonstrações exteriores. Intimidade com Deus não esta no fato de como a pessoa se porta num culto, se ela fala em línguas estranhas ou ergue as mãos para o alto na hora do louvor e grita, profetiza ou usa terno e gravata, nada disso é uma evidência de que ela tem mais intimidade com Deus. Visto que esta intimidade deve ser cultivada em secreto com Deus, é algo de dentro para fora e quando isto acontece certamente não precisará ser demonstrado, pois, será visto por todos. Uma verdadeira intimidade é gerada através de relacionamento. Quando se tem um amigo, você passa muitos meses ou dias sem falar com ele? Dificilmente né? Pois quando se é amigo de alguém buscamos manter contato sempre que possível, existe uma convivência, um sabe o que o outro gosta mais ou não gosta. Porém muitos querem ser amigos de Deus aos finais de semana e durante o decorrer da semana nem sequer pensam em Deus. Para ser amigo de Deus é necessário ter um desejo intenso de buscá-lo, ter sede de conhecê-lo, de ser amigo intimo e fazer sua vontade, assim como disse o Salmista no Salmo 42: “Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!”
Isto é possível se praticarmos aquilo que a Palavra de Deus nos ensina. A intimidade com Deus diz respeito aquilo que se faz quando está sozinho na internet, no quarto, no trabalho, em qualquer lugar onde não há ninguém olhando, somente Deus. Isto quer dizer que intimidade esta mais relacionada ao caráter do que qualquer outra coisa. Diante deste fato o diabo age de forma ardil para destruir a nossa vida com Deus, este é o papel dele através das tentações, do pecado, do stress, do nervosismo, da falta de perdão, isto é, da falta de amor tão crescente em nossos dias (João 10.10).
Ter intimidade com Deus requer uma vida de disciplina espiritual através da dedicação a oração, jejum e leitura bíblica. Porém esta "trilogia" não deve ser praticada como um fardo ou dever, mas, sim como algo desejado no intimo do nosso ser. A oração sem vontade é vã, jejum sem propósito é mera abstinência de comida e leitura bíblica somente pra dizer que leu, de nada vale.
Outra situação que devemos estar conscientes é que não se deve buscar ter intimidade com Deus quando as coisas em sua vida estão bem nas finanças, na família, no trabalho, mas tenha intimidade quando tudo esta desabando ao seu redor, assim como disse o profeta Habacuque: “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação (3.17,18). Só é possível dizer isso quando se tem certo grau de intimidade com Deus. Portanto ter intimidade com Deus requer uma vida de constante arrependimento, devoção, santificação e principalmente temor ao nosso Deus. Quanto mais termos intimidade com Deus mais absorveremos os seus valores.
Viva esta intimidade com Deus e sua vida mudará!!

“O SENHOR Deus é amigo daqueles que o temem e lhes ensina as condições da aliança que fez com eles”. (Salmos 25.14 N.T.L.H)


Fique na paz de Jesus!