Em nossos dias estamos
vivenciando uma política corrupta e degradante, melhor dizendo há muito tempo.
Hoje certamente piorou, as pessoas estão cada vez mais desacreditando dos
políticos. Antigamente os jovens lutavam pelo bem comum, pintavam seus rostos
por seus ideais. Em nossos dias muitas pessoas com quem conversamos acreditam
que o melhor voto é o nulo, já outros votam por votar, votam em qualquer um e
acabam elegendo artistas/humoristas sem acreditar que haverá alguma mudança no
cenário existente. Outras votam por camaradagem ou em troca de algum benefício
do político. Há poucos dias vimos na televisão mais um escândalo com
participação de vários partidos políticos envolvidos em trocas de favores e
favorecimento de licitações. Certamente como diria um jornalista conhecido “- Isto
é uma vergonha”. Mas diante deste fato o que nós como igreja de Cristo na terra
estamos fazendo? Há pouco tempo atrás a política era demonizada pelos cristãos
evangélicos, e aquele que se envolvesse era taxado de perdido e sem compromisso
com o cristianismo. Mas será isto uma verdade ou criação de alguns líderes e
denominações evangélicas? Ou será mais fácil nos eximirmos de nossa
responsabilidade neste mundo no qual vivemos? Alguns “espiritualistas” podem
até dizer: - Nossa cidadania não é deste mundo! Certamente não é! Mas isso não
nos tira nem um pouco a responsabilidade de sermos sal da terra e luz do mundo,
proclamando a mensagem do reino também através da política. Acredito que
ficarmos sentados esperando as coisas melhorarem não resolverá nada. Não somos
deste mundo, mas vivemos nele. Enquanto a igreja fecha suas portas e se
enclausura, os ímpios se levantam, proclamam suas idéias e vencem. É mais
cômodo ficarmos escondidos e assim crescendo “aparentemente” do que ser
perseguidos por termos ideais incompatíveis com este mundo. Percebo que este é o momento de nos
preocuparmos com este assunto e nos definirmos sobre esta questão. Devemos ser
uma igreja relevante e verdadeira em seus objetivos não se vendendo a uma
política interesseira e egoísta, mas uma política pura em sua essência que é o
bem comum na luta por uma prática social transformadora. Nossa fé cristã deve
ser pró-ativa e não reativa, não pode ser discursiva, mas em atos e fatos
visíveis. Jesus não ficou somente nas palavras, ele se preocupou com as
pessoas, isto é, com os cegos (Mateus 9.28-30), paralíticos (Marcos 2.1-12), no
geral com os doentes (Mateus 14.14) e marginalizados. Preocupava-se com o que
não tinham o que comer (Marcos 8.8) e isto sempre movido por intima compaixão
(Mateus 20.34). Como Jesus devemos lutar pelos que são oprimidos pelo sistema
político injusto. Fazendo assim nossa prática cristã é também uma prática
política e isto começa pensando e repensando em quem votamos, pois este será o
nosso representante. Não fazer nada é não estar cumprindo a nossa missão como
cristãos nesta terra. Sejamos igreja de verdade!
Por André Rubinho