quinta-feira, 18 de junho de 2009

Raul Seixas e a Bíblia



POR:
Luiz Sayão

É fato conhecido que um dos pioneiros do rock nacional, que fez muito sucesso há cerca de três décadas, foi o controvertido Raul Seixas. Numa mistura de protesto e busca por respostas para a vida, o conhecido “Raulzito” causou a mais diversificada reação em todo o país.

Pouca gente sabe que o falecido roqueiro conheceu o Evangelho de Cristo. Chegou até mesmo a ter um filho com sua primeira companheira, que era filha de um missionário norte-americano. Todavia, a perspectiva panteísta e agnóstica de Raul Seixas mostrou que o famoso cantor não abriu o coração para a mensagem do Evangelho. Sua morte não deixa dúvidas sobre isso!

Por incrível que pareça, se Raul Seixas não se deixou influenciar pelas boas novas de Jesus, parece-me que suas idéias estão cada vez mais presentes na realidade evangélica contemporânea. Será possível que estamos caminhando para uma “teologia do Raul Seixas”? Será que teremos um evangelho “maluco beleza”? O amigo leitor pode dar sua própria opinião.

Enquanto as Escrituras deixam claro que existe apenas um Deus verdadeiro, que está acima de sua criação (Is 44.6; Rm 1.18-21), a perspectiva panteísta aparece expressa na música “Gita”, de Raul. Ele afirmava: “Eu sou a luz das estrelas / A mãe, o pai e o avô / O filho que ainda não veio / O início, o fim e o meio.” Este enfoque tenta tirar de Deus a glória que só Ele tem e merece. De modo geral, o panteísmo que deifica a natureza acaba definindo como categoria suprema o fluxo do movimento. Heráclito sorriria no túmulo. Tais idéias, muito presentes nos filmes norte-americanos mais populares, parecem emergir do conceito de que Deus é uma energia, “um fluir” (unção?). Em certos redutos evangélicos já se pode perceber que Deus se tornou “um poder manipulável” por “comandos determinadores”. Além disso, o enfoque da teologia do processo, que já nos influencia com todos os seus desdobramentos específicos, também diminui Deus e o coloca sob o domínio do “fluxo do tempo”, sugerindo que Ele é apenas nosso sócio na construção da história.

METAMORFOSE AMBULANTE

A idéia da supremacia do fluxo do tempo desemboca na rejeição de outras categorias fixas. A única categoria é o próprio tempo, o novo senhor absoluto. Com esse pressuposto, já não podemos ter teologia e ética definidas e claras. Embora a Bíblia seja um livro de orientações muito cristalinas sobre Deus, a salvação e o propósito da vida (2 Tm 3.16,17; 2 Pe 1.19-21), para muitos evangélicos, a teologia “maluco beleza” é preferível. Como diria Raul: “Eu prefiro ser esta metamorfose ambulante / Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.” Se uma opinião for antiga, deve ser rejeitada! Há uma crise doutrinária e teológica em boa parte do meio evangélico. Muitas pessoas adotam hoje idéias liberais, místicas e extremistas sem a devida avaliação. Nesse caso, não importa sua fundamentação teológica, histórica e lógica. Viva a metamorfose!

Tal sensação de indefinição, presente no pensamento do roqueiro tupiniquim, ajudou a formar seu perfil estranho, controvertido e até mesmo bizarro. Não é que um grupo significativo de evangélicos também já tem se aproximado do esdrúxulo?! Há um certo desprezo pela reflexão, pela teologia, e o crescimento de práticas risíveis e simplesmente inacreditáveis. Será que podemos ouvir o eco da música de Raul ao contemplar grande parte do chamado meio evangélico atual? Será que estamos diante do “Contemplando a minha maluquez / Misturada com minha lucidez”? Até onde vai a nossa “maluquez”? Será que voltaremos à lucidez? Será que muitas reuniões religiosas de hoje estão nos deixando, “com certeza, maluco beleza”? Espero que essa sensação seja um exagero! Todavia, temo que não seja!

Não faz tanto tempo assim, os cristãos evangélicos entendiam que um culto de adoração a Deus tinha, de fato, Deus como o centro do culto. Muitos cânticos tinham letra elaborada, teologia saudável e enfatizavam os atributos e os atos de Deus. No entanto, em algumas reuniões dominicais de hoje, temo que o foco esteja sendo mudado. Novas canções falam de um amor quase romântico e indefinido, divertem a massa, exaltam unção, montanhas, Jerusalém, guerra etc. O conceito de dedicar o domingo para uma diversão sem propósito e finalidade bíblica é manifesta na teologia do Raul Seixas. Como ele mesmo dizia: “Eu devia estar contente pelo Senhor ter me concedido o domingo para ir ao jardim zoológico dar pipocas aos macacos”. Será que já podemos observar “uma fauna evangélica com suas macaquices litúrgicas”? Tomara que não! Espero que tudo que escrevo não passe de uma análise exagerada! Todavia, temo que não.

Como todo enfoque teológico, o pensamento do “teólogo-músico pós-ortodoxo” nacional, também possui as suas decorrências de ordem prática. Não há como fugir da realidade. A forma de pensar e ver o mundo influencia e determina a vida prática de qualquer pessoa. A verdade é que se adotarmos uma base panteísta, um pensamento relativista, uma ética indefinida e práticas místicas emocionalistas sem conteúdo, não chegaremos a lugar nenhum. E não é que o “grande teólogo-roqueiro” já sabia disso! Quem pode lembrar de sua “perspectiva teleológica” que determinou seu trágico fim? “Este caminho que eu mesmo escolhi / É tão fácil seguir/ Por não ter onde ir.”

Se a igreja evangélica brasileira desvalorizar a doutrina bíblica, desprezar a teologia, deixar de lado a ética e afundar-se no misticismo e nas novidades ideológicas frágeis, logo ela descobrirá que esse é um caminho “tão fácil de seguir”. O grande problema é que no final das contas “não teremos para onde ir”.

Mais do que nunca, precisamos desesperadamente voltar nossa atenção para as Escrituras Sagradas, com o verdadeiro desejo de obedecer a Deus e à sua verdade. Que Deus nos abençoe.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O desafio do pós-modernismo para a cosmovisão cristã.

O autor designa o pós-modernismo como um grande desafio a apologética cristã devido as suas visões em relação à verdade, a racionalidade e a linguagem. Mas historicamente os defensores da cosmovisão cristã têm como argumento que a cosmovisão bíblica é de forma objetiva verdadeira e racional (Is. 1.18; 1 Pe 3.15; Jd 3). Tendo como fonte a Bíblia que contém a revelação verdadeira e racional em forma lingüística (2 Tm 3.16,17). A apologética visa então demonstrar que a verdade bíblica pode ser reconhecida como verdade e que é capaz de sobreviver mesmo sob intenso ataque intelectual (2 Co 10.3-5).
É claro que existem ataques dos pós-modernistas para tentar enfraquecer o cristianismo tendo como argumentações que ele é irracional ou falso, criticam porque o cristianismo tem como alegação ser verdadeiro, racional e conhecível em uma forma lingüística, algo repugnante para os pós-modernistas, pois rejeitam a existência de uma verdade absoluta e da racionalidade efetiva, assim como também a noção de que a linguagem pode comunicar de maneira clara, assuntos de significado supremo.
O pós-modernismo sustenta que a verdade e determinada por várias construções sociais que são legadas por diferentes propósitos. Com isso várias culturas possuem seus “jogos de linguagem” que descrevem a realidade de maneiras diferentes. A destruição que o pós-modernismo faz a racionalidade e a verdade objetiva resume-se nesta frase: a verdade não reside em declarações que corresponde à realidade. A verdade passa a ser uma questão de perspectiva, algo que indivíduos e comunidade criam por meio da linguagem. Ao crer dessa forma pós-moderna joga-se fora a verdade objetiva. A idéia de se encontrar a verdade absoluta, objetiva e universal é considerada como parte do “projeto iluminista” fracassado, tendo inicio com René Descartes e levado a termo pelo ataque de Friedrich Nietzsche contra suas pretensões racionalistas.

A lógica da verdade
Ao contrário do que afirmam os pós-modernistas, a lógica não é produto do pensamento totalitário, masculino e branco. A lógica então é de suma importância pra todas as análises racionais. Sem a lógica não há o que fazer em relação a realidade. A lógica da verdade é a lógica da lei da não contradição. De forma primaria codificada, porém não inventada por Aristóteles, essa lei tem como afirmação que: “Nada pode ser e não ser, ao mesmo tempo, em relação a um mesmo aspecto”, então nada pode ser o que não é. Por exemplo, Jesus, Ele não pode ser, ao mesmo tempo, sem pecados e pecador. Se Existe apenas um Deus, não pode haver muitos deuses. Este principio de lógica não é exclusivo dos cristãos. É certamente uma verdade expressa em toda a criação, e de como Deus nos ordenou a pensar. Deus é coerente e não pode mentir (Hb. 6.18). Deus não pode negar a si mesmo e ser falso. Deus não pode fazer algo que seja do mesmo modo e ao mesmo tempo, verdadeiro e falso. Ele próprio nos fez pensar assim, de acordo com a realidade, de forma lógica. Podemos ver também a lei do meio excluído, segundo a analise do antropólogo Ernest Gellner. Esta lei tem o mesmo significado da lei da não contradição, isso é de que nenhuma proposição e sua negação podem ser verdadeiras ao mesmo tempo. Por exemplo, Javé é o Senhor ou não é. Não há uma opção intermediária. Vejamos Jesus quando este assume este principio e faz esta advertência: “Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e amará o outro”. Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro. (Mt. 6.24). Com isso tais elementos que a lógica dispõem são instrumentos para termos um trabalho frutífero nas áreas da apologética, filosofia e todo pensamento racional, caso contrário ignorando ou relativizá-los é ser irracional e cometer suicídio intelectual.

A visão bíblica da verdade
A partir de uma cosmovisão bíblica sobre a verdade é possível reprimir os ataques dos pós-modernistas. As Escrituras utilizam as palavras gregas e hebraicas para verdade e suas derivações de forma bem clara. Segundo o termo hebraico emet, que vem a ser a raiz de grande maioria das palavras hebraicas relacionadas à verdade que nos dá a idéia de suporte ou estabilidade. Essa raiz vem então dar a dupla noção de verdade com fidelidade e conformidade com o fato. Deus é verdadeiro ou fiel a sua Palavra, assim como em Suas atividades e atitudes; Deus é o Deus da verdade. Como se pode ver na oração de Davi: “Nas tuas mãos entrego o meu espírito; Resgate-me Senhor, Deus da verdade” (Sl 31.5; II Cr 15.3). Dentre as variantes da palavra hebraica emet na Bíblia dos hebreus não há indicio algum de que a palavra verdade é um termo para designar crença ou um simples costume social, uma vez que crenças podem ser falsas e costumes sociais contrários a vontade de Deus.
Prova disso, quando Jeremias ataca a falsidade e a infidelidade de seu povo dizendo: “Como vocês podem dizer: “Somos sábios, pois temos a lei do Senhor”, quando na verdade a pena mentirosa dos escribas a transformou em mentira?” (Jer. 8.8).
No Novo Testamento a palavra usada para descrever verdade é Aletheia e suas derivações que mantém a idéia de "conformidade com o fato” expressa pelo termo hebraico emet. Tanto no Antigo quanto o Novo Testamento fazem um contraste claro entre a verdade e a mentira. João em sua primeira epistola nos alerta quanto ao discernimento quanto ao “Espírito de verdade e ao espírito do erro” (I João 4.6). Até mesmo Jesus diante de Pilatos fez distinção entre verdade e engano: “De fato por esta razão nasci e para isto vim ao mundo: para testemunhar da verdade. “Todos os que são da verdade me ouvem” (Jo 18.37).
Esse conceito bíblico de verdade significando fidelidade ao fato objetiva demonstra que a verdade revelada por Deus é absoluta, invariável e sem exceção ou isenção, nem tampouco mutável ou passível de revisão. Esta questão de que a verdade bíblica é absoluta fica clara quando Jesus diz: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. “Ninguém vem ao Pai a não ser por mim” (João 14.6). A verdade absoluta do evangelho não esta sujeita a condições humanas ou procedimentos democráticos, não que os cristãos tenham o conhecimento absoluto sobre Deus, mas sim que Deus revelou seu único e exclusivo caminho para a salvação, Jesus Cristo que se fez conhecido na história com registra as escrituras e confirmado por meio do Espírito Santo. De forma contrária aos pós-modernistas, a metanarrativa bíblica não conduz a opressão e a arrogância, pois tem como centro a revelação de um Deus que é bondoso, amoroso e santo, que deixou a responsabilidade ao seu povo de comunicar as verdades absolutas.

Problemas com o Pós-modernismo

As filosofias seculares pós-modernistas afirmam que a verdade é uma construção social incapaz de nos conduzir a realidade objetiva.

Perspectivismo de Nietzche: Muitos ângulos nenhuma verdade.

Essa afirmação pós-modernista vem da filosofia do perspectivismo de Nietzche, que muito os tem influenciado as abordagens pós-modernas sobre a verdade. Nietzche alega que não há fatos, mas apenas interpretações (ou construções) criadas de acordo com necessidades particulares, como visão uma melhoria de vida, o que denominou de “vontade de poder”. Esta concepção vem a definir que não há “mundo verdadeiro” apenas uma aparência exterior cuja origem está em nós. Tudo se resume a uma perspectiva pragmática e relativa. Com isso há muitos tipos de verdades e não há uma verdade. Todos nós em certo ponto temos perspectivas diferentes, que podem ser geradas de preconceito, discriminação, ignorância, e arrogância e assim por diante, mas perspectivas não determinam a verdade. Uma perspectiva pode ser parcialmente ou totalmente falsa, porém o seu valor é avaliado por sua veracidade. Todos possuem uma perspectiva, ninguém possui a verdade- e essa é a verdade.


Confusões pós-modernas sobre a verdade na linguagem

Segundo o conceito pós-moderno a palavra verdade é apenas uma criação da linguagem que possui vários usos em diversas culturas. Ela vem a expressar propósitos, costumes, emoções e valores, mas não pode ser representante da própria realidade. Para eles nosso conhecimento da realidade é realizado por nosso conhecimento da linguagem, como se fosse um mapa. Então a linguagem torna-se um tipo de prisão de significados que nunca podem ser conectados ao significado fora de si mesmo. Os pós-modernistas argumentam que a semântica e a sintaxe das linguagens humanas são arbitrarias, isto é são impostas, são construções sociais. A partir da maneira pelas quais as pessoas compreendem a realidade depende da natureza de seus idiomas. Essas observações levam os pós-modernistas a considerarem as linguagens como sistema auto-referenciais e fechados em si mesmo.
Mas segundo John Searle, filósofo contemporâneo observou: “Pelo fato de uma descrição poder apenas relacionar-se a um conjunto de categorias lingüísticas, não implica que os fatos/estados de coisas etc. descritos possam apenas existir em relação a um conjunto de categorias. Como aplicamos os termos é incerto nas várias línguas.
Os pós-modernistas confundem a relatividade da seleção do termo (variação semântica) com uma inabilidade da linguagem de representar realidade verdadeira e objetiva.
A idéia de que a linguagem define o pensamento é suspeita, pois segundo observou o epistemólogo Alvin Goldman, os bebês têm demonstrado possuir categorias lógicas antes de falarem ou compreenderem qualquer tipo de linguagem. Então esta visão dos pós-modernistas quanto a linguagem é inadequada e falsa.

Dilemas éticos

O pós-modernismo enfatiza a diversidade das afirmações sobre a verdade, particularmente em cenários pluralistas, porém, não fornece nenhuma chave para testar essas alegações contra a realidade. A verdade é o que faz e nada mais. Mas diante dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 levou até mesmo o New York Times a questionar algumas suposições. No dia seguinte ao ataque o jornal publicou um editorial escrito por Edward Rothestein, que dizia: “Cataclismas não somente lançam sombras sobre as vítimas humanas, mas também estremecem os alicerces da vida intelectual”. Em sua opinião os eventos ocorridos naquele dia desafiaram a perspectiva do pós-modernismo, pois negam que a “verdade e o julgamento ético possuem validade objetiva”. Continuando seu editorial Rothestein diz: “No entanto tais afirmações parecem peculiares quando tentamos avaliar o recente ataque. A destruição parece clamar por uma perspectiva ética transcendente”. Mesmo o relativismo moderado parece perturbador pelo contraste. Perspectiva ética transcendente fala da vontade de Deus.
Foucault como pós-modernista e anarquista tem a idéia de que os padrões objetivos da ética como construções para dar suporte a sistemas opressores.
Os pós-modernistas encontram dificuldade nesta questão de que as declarações morais podem ser objetivamente verdadeiras. Quando Deus é eliminado a humanidade é anulada, e a ética é corroída. Somente a anarquia e a loucura permanecem. (Pv 8.36).

Conclusão: Deixemos o pós-modernismo para trás

Estas pressuposições centrais dos pós-modernistas, isto é verdade, racionalidade, linguagem e ética precisam ser compreendidas e criticadas pelos apologistas cristãos, pois, tais idéias em geral entram em confronto com a cosmovisão cristã.
Segundo os autores:
“Embora o testemunho cristão deva ser astuto em relação às realidades de condição pós-moderna a fim de tornar a mensagem cristã histórica compreensível e pertinente aos habitantes do mundo contemporâneo, isso não significa que devemos, no processo, nos transformar em pós-modernista”.


André L. Rubinho

BECKWITH, Francis J.; CRAIG, Willian Lane.; MORELAND, J.P. Ensaios apologéticos – Um estudo para uma cosmovisão cristã. Hagnos, São Paulo: 2006.

Benny Hinn é um profeta de Deus?

Não há no mundo todo um conferencista (conferencista?) tão famoso quanto Benny Hinn. É ele um profeta de Deus, um pregador da Palavra? Ou um falso profeta, um animador e manipulador de auditórios? Suas pregações costumam ter conteúdo evangelístico? Enfocam o nome de Jesus? Como se sabe, o ponto alto de suas ministrações são algumas manifestações estranhas, que ocorrem, segundo ele, devido à "nova unção" que está sobre a sua vida.
As opiniões sobre a “nova unção” propagada por Hinn são divergentes. Alguns, afirmando que não se pode limitar o poder de Deus, a defendem com veemência. Outros consideram a cena de uma pessoa caída ao chão ou rolando pelo piso de um templo, no mínimo, grotesca. O assunto é polêmico e, por isso, deve ser abordado de maneira franca, objetiva e à luz da Palavra de Deus.



O "CAIR NO ESPÍRITO"

As argumentações “bíblicas” para se defender o “cair no Espírito” são as seguintes, resumidamente: “Em Gênesis 2.21, Deus fez Adão dormir. Por que ele não faria, hoje, o crente dormir, ao ser cheio do poder? Da mesma forma, Abraão ouviu Deus falar quando estava em profundo sono (Gn 15.12). Finalmente, Daniel, Saulo e João caíram pelo poder do Senhor (Dn 10.8,9; At 9.4-8; Ap 1.17)”.
No primeiro exemplo, Deus fez Adão dormir para formar a mulher (Gn 2.22). No caso de Abraão, o sono não foi proveniente de Deus. Ele estava cansado, depois de ficar em pé aguardando uma resposta do Senhor, que aconteceu por meio de uma tocha de fogo (Gn 15.13-21). Nenhum dos episódios, pois, fornece base para o “cair no Espírito”. Aliás, há também exemplos negativos, como o do dorminhoco Êutico (At 20.9), que inclusive estava em um culto...
As quedas de Daniel, Saulo e João também não proporcionam bons argumentos aos defensores da “nova unção”. Daniel contemplou uma grande visão, depois de jejuar durante três semanas (Dn 10.1-3). Paulo viu uma forte luz, que cegou os seus olhos (At 9.8,9). E João viu Jesus em sua glória (Ap 1.10-18). Nessas circunstâncias, seria impossível permanecer de pé. Observe que, em todos esses casos, nenhum servo de Deus foi lançado ao chão, mas caíram por terem perdido as forças ante a presença real do Senhor.
Os textos empregados para defender o “cair no Espírito” são inconsistentes à luz de seus contextos. Por essa razão, é importante ver o outro lado da moeda. Em primeiro lugar, segundo a Bíblia, Deus nos quer de pé (Ez 2.1; 11.1; Mc 10.49; Ef 5.14).
Em contraposição, quem gosta de lançar as pessoas ao chão é o Diabo (Mc 9.17-27; Lc 4.35). Jesus e seus apóstolos nunca impuseram as mãos sobre pessoas para levá-las ao chão.
Mas a prática da “queda espiritual” já está ocorrendo em muitas igrejas. Curiosamente, alguns “ministradores” de tal prática, como este articulista já presenciou, seguram as pessoas com uma das mãos na testa e a outra na parte inferior das costas, tornando a queda inevitável. Ora, se a pessoa cai de poder, por que forçar a sua queda? E sempre há obreiros para ampará-las...
Há também casos em que pessoas são derrubadas à distância, curiosamente da mesma maneira que ocorre em algumas seitas anticristãs. Assistam ao vídeo Verdade ou Mito? (volume 2), produzido pela National Geographic, Editora Abril.





BENNY HINN IMITA A CRISTO?

Na verdade, tanto o “cair no Espírito” quanto a “unção do riso” são práticas importadas dos EUA, especialmente trazidas por Benny Hinn, recordista em vendagem de livros, que já esteve no Brasil algumas vezes, “ministrando milagres” através de sopros e golpes de paletó. Hinn, pastor do Centro Cristão de Orlando, na Flórida (EUA), leva inúmeras pessoas a caírem ao chão supostamente pelo poder de Deus.
Benny Hinn derruba muitas pessoas. Há vídeos no YouTube em que vemos até filas de pessoas para receberem o golpe de seu "paletó mágico". Mas, se de fato a unção de Deus está sobre sua vida, por que ele não levanta pelo menos uns 10% de paralíticos, em relação ao grande número de pessoas que ele derruba?
Quando andou na Terra, o Senhor Jesus levantou vários paralíticos e não derrubou a ninguém. Hinn derruba milhares e não levanta nenhum paralítico... Por quê?
O Senhor Jesus nunca fez propaganda dos milagres que realizava e glorificava o Pai em tudo. No caso de Hinn, todos os holofotes estão voltados para ele. Como diria um famoso jogador de futebol, ele é "o cara".
Curiosamente, os pregadores brasileiros que têm o senhor Benny Hinn como modelo são imodestos, vestem-se como astros, derrubam pessoas e são capazes de pregar (pregar?) uma hora sem citar o nome de nosso Senhor Jesus Cristo!

CONHEÇA BENNY HINN

Infelizmente, muitos crentes, por não conhecerem toda a verdade acerca de Benny Hinn, consideram-no um verdadeiro deus, um profeta do Altíssimo, especialmente ungido para os últimos dias. Os fatos descritos abaixo são duras realidades, mas que devem ser levadas em consideração por aqueles que, cegamente, têm seguido aos ensinamentos de Hinn:

1) Ele declarou que Jesus “... assumiu a natureza de Satanás, para que todos quantos tinham a natureza de Satanás pudessem participar da natureza de Deus”. Esta declaração blasfema é citada no excelente trabalho crítico de Hank Hanegraaff, Cristianismo em Crise, editado pela CPAD (p.166).
2) Afirmou que o Espírito Santo lhe revelou que as mulheres foram originalmente criadas para dar à luz pelo lado. Todavia, por causa do pecado, passaram a dar à luz pela parte mais baixa de seu corpo (idem, p.373).
3) Ensina que o homem é um pequeno deus. E afirmou: “Eu sou ‘um pequeno messias’ caminhando sobre a Terra” (idem, p.119).
4) Asseverou que o homem, em princípio, voava da mesma forma que os pássaros. Segundo ele, Adão podia voar até à lua pela sua própria vontade: “Adão era um superser (...) costumava voar. Naturalmente, como poderia ter domínio sobre as aves, sem ser capaz de fazer o que elas fazem?” (idem, p.128).
5) Hinn costuma visitar os túmulos de duas santas mulheres, Kathry Kuhlman e Aimee S. McPherson, para receber a “unção” que flui de seus ossos (idem, p.373).
6) Em seu livro Good Morning, Holy Spirit (p.56), Hinn afirma que, em uma de suas supostas conversas com o Espírito Santo, o Consolador teria implorado para que ele ficasse em sua presença: “Hinn, por favor, mais cinco minutos; apenas mais cinco minutos”. Não somos nós que devemos implorar pela presença do Espírito?
7) Ele ensina que a Trindade é composta de nove pessoas, pois o Pai, o Filho e o Espírito Santo possuem, cada um, espírito, alma e corpo (citado em Cristianismo em Crise, p.375).
8) Ao ser criticado, disse que gostaria de ter “uma arma do Espírito” para explodir a cabeça de seus críticos. Além disso, profere palavras funestas contra aqueles que refutam suas heresias. As ameaças abaixo, extraídas do livro supracitado (p.376), foram dirigidas ao Instituto Cristão de Pesquisas dos EUA:

“Agora eu estou apontando meu dedo para vocês com o tremendo poder de Deus sobre mim... Ouçam isto! Existem homens e mulheres no sul da Califórnia me atacando. É sob a unção que lhes falo agora. Vocês colherão o que estão semeando em suas próprias crianças se não pararem... E seus filhos e filhas sofrerão” (...)
“Vocês estão me atacando no rádio todas as noites — vocês pagarão e suas crianças também. Ouçam isto dos lábios dum servo de Deus. Vocês estão em perigo. Arrependam-se! Ou o Deus Altíssimo moverá a sua mão. Não toqueis nos meus ungidos...”

9) Hinn concordou em tirar alguns erros do livro Good Morning, Holy Spirit (Bom Dia, Espírito Santo), depois de uma conversa com Hank Hanegraaff (presidente do ICP dos EUA), em 1990. No ano seguinte, admitiu seus erros e prometeu fazer alterações em seus escritos. Entretanto, depois de algumas semanas, retornou às suas velhas práticas (idem, p.375).
10) Defendendo a teologia da prosperidade, pela qual afirma que a pobreza é uma maldição, disse que Jó era carnal e mau (idem, p.103), ignorando o enfático testemunho de Deus acerca de seu servo: “Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero e reto, temente a Deus, e desviando-se do mal” (Jó 1.8).
11) Defensor também da falaciosa confissão positiva, declarou: “Nunca, jamais, em tempo algum, vão ao Senhor e digam: ‘Se for da tua vontade...’ Não permitam que essas palavras destruidoras da fé saiam da boca de vocês”. (idem, p.295). Hinn ignora o fato de o próprio Cristo ter ensinado e empregado tal forma de oração (Mt 6.10; 26.39).

Diante do exposto, é Benny Hinn um profeta de Deus? Antes de responder a essa pergunta, leia atentamente Mateus 7.15-23. Bem, agora é com você: reflita e responda, com toda sinceridade e imparcialidade, à pergunta em apreço.

Fonte: Blog Ciro Sanches Zibordi

Passos para ser um pai exemplar segundo as escrituras.

Existem pais que procuram de todas as formas serem o melhor pai do mundo para seus filhos, mas ao passar do tempo descobrem que não estão cumprindo este papel de forma eficaz. Mas nem tudo esta perdido, pois, existe um livro riquíssimo que ensina a se tornar um pai exemplar, a Palavra de Deus, que é a bússola para o pai cristão.
A seguir veremos três passos para ser um pai exemplar segundo as escrituras, tendo como texto base Efésios 6.4.

1. Passo - Não abusar da autoridade. Quando Paulo diz: Vós pais não irritem vossos filhos, é no sentido de não abusar da autoridade. O Ap. Paulo faz um contraste com a cultura romana de sua época. Pois na chefia da família Romana havia o Pater famílias, que exercia autoridade soberana sobre todos os membros da família, e este exercia o direito de castigar seus filhos e esposa. Poderia também matar seus filhos recém nascidos; ou abandona-los, e quando achava conveniente vendia sua família como escrava e se quisesse aplicava pena de morte a seus filhos.
Mas Paulo exorta os Pais cristãos que sejam diferentes, lembrando que a paternidade deles era derivada de “um só Deus e Pai de todos”. Sendo assim os pais deveriam cuidar de sua família. Pois, toda autoridade que Deus deu aos pais deve ser delineada por Deus que é o Pai supremo. Por esse motivo os pais devem ter todo o cuidado, para que não abusem da autoridade dada por Deus, não perdendo o controle na hora de corrigir os filhos.

2. Passo - Criar em amor. A palavra criar parece não ter muito valor na atualidade, pois, várias vezes vemos nos noticiários de TV crianças sendo abandonadas em lugares absurdos ou senão até mesmo mortas de forma cruel e desumana. Mas segundo o Apóstolo Paulo esta palavra tem muito valor. No grego a palavra criar tem como significado nutrir, cuidar. Esta palavra é usada em Efésios 5.29, com o sentido de cuidar do próprio corpo, mas no versículo quatro a mesma palavra é usada, mas no sentido de criação dos filhos, indicando que com o mesmo cuidado que se tem para o próprio corpo, deve ser ter com os filhos nutrindo no caminho cristão com todo cuidado e amor, como a tradução de Calvino “Sejam acalentados com afeição”.
Mas o grande problema são os pais que de certa forma não cumprem com o papel de criar seus filhos no caminho cristão, mas simplesmente delegam esta responsabilidade a escola ou a igreja, mas se esquecem que esta tarefa não é dos outros, Deus deu aos pais e ninguém pode substituí-los, pois, só os pais podem cumpri-lo de forma completa. Há alguns que tentam alegar que o problema é a falta de tempo, devido ao cotidiano, ao trabalho e varias outras desculpas. E ao passar do tempo devido a tal falta de responsabilidade os filhos crescem e se tornam alvos constantes do inimigo.
O Dr. Lloyd Jones certa vez disse: se os pais dedicassem tanta atenção à criação dos seus filhos, quanto dedica à criação de cachorros e flores, a situação seria muito diferente.

3° Passo. Na disciplina e admoestação do Senhor. A palavra disciplina no grego significa treinamento por disciplina, até mesmo com castigo se necessário. Em sentido mais amplo significa educação, no sentido de desenvolvimento mental, moral e do caráter da criança.
Já a palavra admoestação também no grego tem como significado instrução, advertência, avisos e censuras. Refere-se à educação verbal, tanto como correção e como incentivo. Portanto este versículo ensina a disciplinar em forma de ação e em forma de palavras.
Mas não se deve esquecer o fim do versículo diz no Senhor, ensinando que por trás da disciplina e instrução dos pais há o próprio Senhor que é o Pai supremo e o administrador da disciplina. Os pais não devem se preocupar somente se seus filhos estão se submetendo a sua autoridade, mas sim se estes estão através dessa obediência cheguem a conhecer o Senhor e obedecer-lhe .
A disciplina e a instrução se unem com um alvo especifico, levar a criança a conhecer a cristo.
O grande problema é que a disciplina nos dias de hoje esta desvirtuada. No passado havia disciplina nos lares, mas atualmente há uma liberdade destruidora dentro dos lares, os pais não impõem limites e os filhos fazem simplesmente o que querem, freqüentam todo e qualquer tipo de programa nos fins de semana, e ainda diz aos pais antes de sair “não tenho hora pra voltar”, isso quando dizem. Sem esquecer que a mídia tem influenciado a juventude e as famílias de hoje, servindo de modelo para ser seguido, um modelo falho e ilusório. E através da evolução da família moderna, vem destruição dos valores morais. Mas lembre – se sua casa é do Senhor não se deixe influenciar pelos modelos familiares de hoje, pois, a palavra do Senhor nos diz em Provérbios 22.6, “instrua a criança segundo seus objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles”.



Ev. André Rubinho
Soli Deo Glória